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Fichas de verificação de material Documento preenchido pelo almoxarife é importante para garantir que os produtos recebidos atendam aos requisitos de qualidade especificados

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Fichas de verificação de material

Documento preenchido pelo almoxarife é importante para garantir que os produtos recebidos atendam aos requisitos de qualidade especificados

Reportagem: Juliana Nakamura
Fotos: Marcelo Scandaroli
Ficha de Verificação de Material deve ser preenchida no ato de recebimento da mercadoria. Documento ajuda construtora a qualificar os fornecedores e a rastrear as causas de possíveis problemas que possam aparecer
Preenchida no ato da entrega, a Ficha de Verificação de Material (FVM) ajuda a garantir a qualidade dos produtos usados na obra. É um documento simples, que pode ser preenchido à mão ou em computador, que tem uma espécie de checklist com os principais critérios a serem observados para aceitação do material, como aspecto superficial, dimensões, esquadro e quantidades.
O uso da FVM ajuda a garantir a qualidade da construção. Afinal, produtos e materiais não conformes podem resultar em patologias e falhas. A FVM também pode contribuir para reduzir desperdícios e retrabalhos, já que produtos conformes não exigem reparos ou correções antes de serem usados.
A adoção da FVM pode agregar também outras vantagens. Em alguns casos, a ficha pode ser acompanhada de instruções sobre armazenamento e movimentação dos materiais, o que também é importante para garantir o desempenho e diminuir perdas. Além disso, o documento pode retroalimentar o sistema de qualidade da construtora e ajudar a compor o arquivo da qualidade da obra, podendo ser útil também caso seja preciso rastrear algum produto utilizado.
"Todos os serviços e materiais são verificados, mas as obras que utilizam as FVMs têm o benefício de organização na execução dos processos. Com as fichas, as oportunidades de melhorias são identificadas mais facilmente. Essa é uma questão relevante na política da qualidade das empresas", comenta o engenheiro de planejamento e controle da EPO Engenharia, Felipe Xavier.
Depois de preenchida, geralmente pelo almoxarife, a FVM deve ser arquivada em local de fácil acesso, no almoxarifado ou no escritório da obra. Ela também pode ser digitalizada para o sistema de documentação eletrônica da construtora.
Fotos: Marcelo Scandaroli
Além de promover o controle da qualidade dos materiais, as FVMs podem até mesmo trazer orientações sobre como os produtos devem ser armazenados para que não se deteriorem com o tempo
Resultados concretos
Xavier destaca várias melhorias incorporadas aos processos e práticas da EPO Engenharia decorrentes de observações feitas a partir das FVMs. Entre elas, o relacionamento mais ativo com os fornecedores diante da conferência efetiva dos materiais. Com isso, é possível analisar o atendimento, potencializar pontos positivos e angariar melhorias nos quesitos prazo, atendimento e qualidade dos materiais.
Na EPO, as FVMs também fornecem informações para alimentar o programa de avaliação de fornecedores. "Periodicidade e gravidade das não conformidades são itens que levam a empresa a tomar atitudes, desde buscar soluções junto ao fornecedor na melhoria no atendimento até a sua desqualificação devido à interferência na qualidade final", comenta Xavier.
Processo semelhante ocorre na construtora Tibério, onde as informações das FVMs são direcionadas ao departamento de suprimentos, que alinha com o fornecedor as necessidades da empresa sempre que ocorrerem irregularidades relevantes.
Fernanda Camilla Bronizeski Viana, engenheira de qualidade da Tibério, conta que há uma sistemática para recebimento de materiais para as entregas noturnas com base nas FVMs e em procedimentos de segurança, que têm como base documentos como a Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ). Tudo isso para garantir que os funcionários não se esquecerão de checar informações importantes e tomar os cuidados devidos no momento da entrega dos materiais.
Fotos: Marcelo Scandaroli
Os parâmetros, como dimensões e respectivas tolerâncias, são indicados pelas fichas. FVMs mais completas trazem, inclusive, instruções sobre como proceder caso sejam encontradas unidades defeituosas no lote recebido
Cuidados no preenchimento 
Para cada material existem formas diferentes de verificação da qualidade. Em alguns itens, como por exemplo aspecto geral de areia e brita, é importante reduzir a subjetividade da avaliação. "Isso pode ser feito com um trabalho de sensibilização e conscientização quanto à importância que cada material tem", revela Xavier.
Fernanda, da construtora Tibério, concorda e acrescenta que, além de treinamento, é interessante ter no canteiro de obras uma pequena amostra do material para comparação. Em hipótese alguma o material recebido em obra deve ser liberado para uso sem que tenha atendido a todos os itens de verificação. Caso algum material seja usado antes da obtenção de todos os resultados (alguns materiais como blocos de concreto, por exemplo, exigem ensaios laboratoriais), deve-se registrar na FVM o local de aplicação para que seja possível rastrear no caso de algum problema.
 Materiais críticos
Ao preencher a FVM, há materiais que precisam de um pouco mais de atenção. É o caso dos produtos com validade curta, como o cimento. "Também é importante observar com muito cuidado as características que interferem diretamente na estrutura da obra, como resistência de blocos estruturais ou do concreto", reforça Fernanda.
De acordo com ela, também merecem atenção materiais com pouca tolerância com relação às medidas, como blocos de concreto; os que têm características complexas, como concreto; e ainda produtos de acabamento, que podem apresentar diferença de tonalidade. "Para bloco e concreto é necessário fazer um acompanhamento especial, desde a FVM até a sua aplicação. Caso a resistência desejada não seja atingida, será possível rastrear o local de aplicação", comenta Fernanda.
Fotos: Marcelo Scandaroli
O slump teste - ou teste de abatimento - faz parte da FVM para recebimento do concreto. Além da coleta de amostra para confecção dos corpos de prova. No caso de os ensaios detectarem problemas, a ficha indica onde aquele concreto foi aplicado
Ficha em detalhes
Sempre tomando como base as normas técnicas, cada construtora pode adotar o modelo de FVM que preferir. Como orientação geral, é importante que o documento seja prático, de rápido entendimento e fácil de preencher. Não pode ser algo complicado, mas sucinto, objetivo e claro, abordando as características consideradas importantes para o uso e desempenho do material durante e depois da entrega da obra.
Uma ficha de verificação de materiais típica pode ser dividida em três partes principais:
» Cabeçalho - Composto por campos como: identificação da obra, número da FVM, identificação do material, nome do funcionário responsável pelo recebimento, data de entrega, número da nota fiscal, quantidades.
» Corpo principal - Nessa parte são listados os itens a serem checados (aspecto geral, dimensões, ensaios realizados, etc.), anotando-se os resultados obtidos e o atendimento aos critérios de aceitação. Estes devem ser objetivos, com a menor margem possível para erros de interpretação. Os itens de avaliação variam de acordo com o material, mas todos exigem que as quantidades sejam anotadas. Em caso de não conformidade, deve-se anotar no campo de observações as ações corretivas adotadas. Também é importante informar o administrativo da obra, bem como o mestre e/ou residente que poderá adotar três medidas: recusa total do material, recusa parcial ou aceite com restrições.
» Rodapé - Na parte final da folha, devem existir campos para a assinatura do responsável pelo recebimento e pelo engenheiro da obra. Também pode ser inserido um campo para avaliação da entrega (atendimento e prazo, principalmente). A ficha pode, ainda, ser acompanhada de tabela com instruções para armazenamento e movimentação do material.

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